Friday 30 November 2007

É a altura do artista,
na rua do carnaval e
esqueceram-se de pôr os ornamentos coloridos...
Anda o poeta a sentir o chão pesado nos pés;
O tanto que ele aguenta, sendo inexistente...

Não há casais a dançar, coordenados
nesta rua...ninguém a cantar a música
que eu quero ouvir, porque
aquilo que eu crio ainda está
por criar.... no recheio da coisa.

Porque não festejo eu, se tenho
voz para celebrar?!... Dimensões,
afastem-se de mim que eu quero passar,
quero passar sem ser de uma maneira correcta;
a saltar, a chorar ou a berrar da dor de rir.
Vou passar por vocês, onde deve ser, sem
que nenhuma gota do vosso suor, possa ficar a
cheirar bem, em mim...

Isto porque é a altura
do artista passar nesta rua;
a altura em que nada mais se mexe,
excepto as dimensões, que se mexem só para me apertar mais um bocadinho...
Estava eu a comprar um jornal, na
tabacaria e chega uma notícia até mim...

Vem pela perifería, a pairar,
aterrar na minha percepção.

-Quanto é o jornal, compincha?

-Pode ser meia revolução...

Tomei o jornal como meu agora...
apoderei-me das noticias nele e
esqueci-me de o ler;
estava de volta à tabacaria,
para entregar o jornal vulgar,
que por não ter mais notícia para
mim, me noticiou de novo.

Fui fazer compras desnecessárias, ao
supermercado Ali e fiquei nas lonas; comprei
tudo o que me custava alguma coisa...
Bebi lá um chá mexido
com uma colher furiosa,
que me entrou virado
no estômago...
...dou um vómito encarnado, de prazer
na praça principal e fujo a correr...


...chego a bandas desconhecidas, onde
velhotas debruçam seu vazio às janelas,
ninguem passa na rua e as viagens são amarelas.


Viagei, viagei mas não encontrei ninguém...
Não encontrei nem pessoas da minha banda, com
feições diferentes e roupas não iguais; só
o ar lá estava e mesmo esse estava por vestir...
Viagem longa frita-me a carapaça ríja e
nada ma proteje porque digo para continuar
a andar; nestas viagens amarelas,
onde velhotas caem das janelas,
de tanto se ...

....


De que cor tem sido a viagem até à
tabacaria, que é uma viagem que não me frita?
Talvez seja da cor da notícia, que recebo
quando estou de visita; a abrir a
porta trancada da minha toca; à
qual ninguém vem tocar, por eu não
ser útil em nada mais, que não seja ser só eu...



As Viagens Amarelas

Thursday 29 November 2007

Arranco uma folha
do caderno (escrita) ,
já senti isto antes,
amarroto-a numa bola,
sem que lhe toque muito e
sem querer mando-a para
o caixote do lixo; ali tão perto
de mim!!

Blherrquee!...

é melhor deitar
pela janela de evacuação...
Mas tocar naquilo outra vez não!!
Aquilo é a minha ilusão, que por ser,
não pode ser minha...não lhe quero
voltar a tocar e não tenho luvas de
momento, para a mandar daqui para
fora...

Ando aqui, dum lado para
o outro no quarto, a pensar
no que hei-de fazer e apercebo-me de
que me chega algo mais para escrever;
Algo mais para amarrotar e mandar, desta
vez para um sitio que eu não conheça, mas que
antes chegue a ser mandado para algum sitio mais....

...pega nela, desembrulha-a e lê-a sem mais ninguém;
Escreve, amarrota e manda a tua também...
Estou lá dentro a preparar
dois guisados de crueldade e
chamam-me para ir atender ao balcão;
que ninguém lá está para atender....e eu vou.

Au!!!Esta porta é sempre a mesma coisa!...

-Diga, por favor.
-Quero um batido de banana, com uma ilusão só, e uma empada com recheio de sentimento, por favor...ah, a empada embebida em guisado, se possível.
-Está bem, dê-me só cinco alturas.
-Até dou sete, mas depois disso chateio-me consigo, à séria!

Fui lá dentro e os guisados,
ainda não terminados, já
estavam a esfriar, tinha algo
para preparar.
Meti algo na máquina dos
batidos que não era meu,
tirei tudo da prateleira de baixo,
no frigorífico; uso um dos
guisados frios para embeber a
empada, quando oiço alguém chamar:

Au!!!!...

-Desculpe!Os nossos guisados já estão prontos?
-Ainda não, dê-me só dez alturas, por favor...
-Só dez?!...já estou aqui à espera há uma altura enorme e você pede-me dez agora?!...
-Peço.

Entrei sem coisas;
Saí com a empada e o
batido que ía entornando;
entreguei o que tinha a entregar,
na mesa certa, mas o calo dos
guisados não parava de me apertar:

-Se não tivermos aqui os guisados de crueldade, com pepino daqui a uma altura, saimos daqui nesse mesmo instante!
-Como assim?!Voces já cá estão fora!!Quanto muito podem entrar e ajudar...

-Saimos e é já, que isto já foi uma altura e digo-lhe já que este estabelecimento é sol de pouca dura....

-Concordo consigo!

-Desculpe?

-Concordo consigo!

-Não percebo!...

-....

Se eu lá estivesse dentro
na cozinha, sem nada para
preparar; com alguém ao balcão
para atender sempre, que alguém
estivesse a chamar, eu não poderia errar;
Quando cá venho fora é só para
me chatear... não sei fazer comida
para outros por não saber os gostos deles e
bato sempre com o meu dedo mendinho descalço, quando
abro a porta para aqui vir fazer alguma coisa...


-Oh desculpe!...O guisado está gelado e o batido ficou com bocados grandes de ilusão no fundo...

( Dê-me só mais esta altura, por favor...)
Acho que falo muito
de mim e penso em falar
nos candeeiros amarelos...ou
mesmo no barulho e nas pessoas
que o fazem, ao meu lado; mas eu é
que aqui estou por resolver...eles
já estão completos por si, sem saberem:
os candeeiros por não terem cérebro;
as pessoas, por terem um...
O barulho (feito pelas pessoas) explica
tudo para mim, os candeeiros se
pudessem completavam a explicação,
mas já não há espaço...
O barulho entra e não existe nenhum
obstáculo, no sitio por onde ele passa em nós;
não nos ouvidos, mas quando já cá está dentro. Afincado é!

Se não falo de mim, falo do barulho que eu sou agora.

O "eu" só existe em cada coisa, cada uma por si e é sempre o mesmo, por isso se continuar a falar sobre mim vou estar sempre a falar de tudo, em concreto.
Tento desviar-me da
chuvinha molha-pessoas
da divina realidade e consigo.
Vou a esqueirar-me, a correr
em direcção à piscina...

Páásss!!

Mesmo de chapa!!...vem a dôr;
ela enche a minha existência;
Faço amonas na minha cabeça
peluda e engulo perdigotos da
água da chuva, que era divina
mas que chegou à piscina e estagnou...
Que agua diferente é esta?... faz-me sentir
dormente do estômago até ao estômago do cérebro.

Nado de costas na piscina, pois
dói-me o peito, naquela parte;
Esta piscina é tudo para mim...
aqui onde já não nadam os peixes
que aqui não choravam, quando
eram vivos de corpo; eu continuo a nadar...
Sinto-me útil a dar atenção
a cada gota da água divina que enche
o meu tanque.

Chove de cima e eu morro...
fica este corpo a boiar à tona
d'água de uma forma leve,
sem ser como uma boia
e sem saber de que bóia em concreto se
trataria ao dizer bóia.

Ficou a boiar de morte
na piscina vazia, como
uma bóia daquelas cor de laranja,
numa água fluvial em especial, estando ali
sem o pretexto de prender um barco
que já tenha partido para um porto
não próximo.

"Sem nome"

Sei que digo sim com a cabeça
por gritar não por dentro;
Fujo da realidede mas eu
é que quero ir a correr agarrá-la.

Dias passam por mim e
nem me falam, por eu achar
que ainda não nos conhecemos
suficientemente bem para nos falarmos
como duas pessoas conhecidas;
quando o dia passa por mim,
apresso-me nos pés a
olhar para o outro lado da via.

Quem é que me quer falar?
De quem me lembro eu?...
Quem sou eu no meio destas
pessoas, tão certas de quem são?
Quando só me quero esquecer
do ninguém e calar-me com
ele sobre as coisas...

Aparece do inexistente uma
imagem que eu vejo por reflexo
da luz que não há e me conta isso
mostrando-me essa imagem disforme.

A imagem não corre atrás de ninguém
nem diz que sim nem que são, com a
cabeça.A "imagem" não é de todo o nome
ideal; o nome ideal é isto:
Pois nada faz, seu único propósito é
ser aquela imagem que não apareceu nunca.

Tuesday 27 November 2007

Levanto-me à procura do
não sei que; à procura do não
sei quê que só encontro nos
sonhos por não procurar; sono
não profundo da alma que
vibra na àlgebra da coisa.

Que distância!!....Vééuummmm....
Que distância distante que é esta
entre a gente e a coisa, trocando;
Indiferente é a distância que me
deixa a repousar longe, de olhos
arregalados, a fazer coisas sem força;
Em direcção aos objectivos, que
essas coisas são, seguimos por um
caminho que não vai dar à coisa...

Prléum, péum, péum que me apetece dançar, enquanto aqui estou a conversar! (conversas...)

Monday 26 November 2007

O vento do tempo

O hoje está quase
cheio de ontem....
está a passar o vento do tempo...
o vento que arrasta o ontem
para hoje e o hoje para o amanhã, por consequência;
o que ainda aqui está só vai estar ate ao chá,
o qual vai ser levado pela ventania também;
nada mais vai existir no dia de hoje que não seja
o ontem...

O vento do tempo passa e
tudo pára de abanar,
este vento leva o movimento
que so há neste momento;
Tudo o que estava a abanar,
no sucedido não ficou a pensar...
Se algum galho abanou hoje,
seu abanar encontra-se no amanhã;
Uma árvore sensivel abana agora mesmo,
antes deste vento passar,
parando neste mesmo instante, por
eu não saber quando é que o tempo começou
a soprar...

ffffffffffffffffffffffffffffffffff
....
ffffffffffffffffffffffffffffffffffff

...sopra com força nas nossas
cabeças de transeuntes...
Temos este frio e então embebêmos
o corpo em ópio;
Bebemos um chavena de chá, sem
açúcar de verdade, a todos os
momentos em que o vento nos
esfria.

Os transeuntes são diferentes,
eles são abanados pelo vento...
na verdade, o tempo arrasta-os
até cada golo de chá que
dão...sem nenhum
movimento ser notado, por estar
tudo, já tão chalado;
Já todos muito chalados para que
nunca conheçamos o frio e que nunca
possamos começar a sentir-nos quentes...

Deixei que o vento me levasse, como
transeunte e vim a abanar-me todo
até aqui escrever isto...estas palavras que o tempo acaba de levar

Sunday 25 November 2007

Acabei de ler um artigo
que me deixou de boca
aberta e a pensar bastante....

"Médicos e cientistas criaram muitos dispositivos mecânicos que podem substituir partes do corpo que se quebram ou se desgastam. Um coração, por exemplo, é basicamente uma bomba; um coração artificial é uma bomba mecânica que circula o sangue. Da mesma forma, artroplastias totais de joelho substituem ossos e cartilagens por metal e plástico. Próteses de membros se tornaram cada vez mais complexas, mas ainda são essencialmente dispositivos mecânicos que podem fazer o trabalho de pernas e braços. Tudo isso é bastante fácil de compreender: trocar um órgão por um substituto artificial geralmente faz sentido."

Ficou-me a bater com força esta informação...

Fiquei a pensar onde teriam ficado perdidos
os acessórios extra que deviam ter vindo quando nascemos e que não vieram....
Os acessórios que agora alguém construiu por
não ter encontrado os verdadeiros, já construídos....
quem disse a esse alguém que haviam
acessórios para além daqueles que temos de início?...

A vontade de conservação da vida
demonstra-me que só aparece depois
do sentimento de incompleto no ser humano...
o que haverá para o tornar completo?....
Serão os tais acessórios?
Parece-me que esses é que vêem
tornar a vida imcompleta...
é preciso ter paciência e esperar que a vida se complete por si...

E são os acessórios artificiais tão bonitos!! (quando olho mesmo para eles)

Dar sangue é algo tótó,
nunca vou dar o sangue que
me corre dentro, a ninguém;
não dou as coisas que não são minhas;

Sou tanto a favor de quem dá
sangue!....
Sou tão a favor da vontade com
que eles o dão!....

Dar sangue é algo tótó!
Eu não sou contra nada,
não sou contra a morte, então...

Sou a favor de tudo,
até dos dadores de sangue
que pensam que o sangue é deles
e que não sabem o gosto que dá
ter o sangue em conta como sendo só

o sangue que continua a correr,

por aceitar continuar a ser como apareceu .

indirecta

  • Combinei ir tomar um café
  • com a Indirecta, que conheci
  • no liceu, há alguns anos.
  • Combinámos num sítio
  • que não o do costume, só
  • para parecer diferente; não
  • combinámos nenhuma hora....
  • Quem chegasse primeiro
  • esperava pelo outro...

Cheguei ao café e fiquei lá à espera dela horas e horas e horas e horas e horas e horas e....

Mas porquê ser tudo tão óbvio?...a indirecta também me perguntou isso....e eu respondi :

  • Ficou o café combinado por
  • quem se lembrasse; que não
  • fui eu...a essa hora devia eu de me estar a tentar
  • enquadrar no redondo ou
  • simplesmente a tomar um
  • café sem ser no sítio que não era o do costume;
  • andasse a Indirecta à minha
  • procura que me iria encontrar certamente.

  • Eu não sei onde estava, por isso
  • o combinado é falso; combina-se
  • e descombina-se o café que fica
  • por ser bebido, ao ser combinado
  • e que pode ser bebido finalmente, quando
  • se descombina; as vezes que pensei
  • ir beber um cafézinho com alguém,
  • foram as vezes em que o deixei
  • na chávena, sem que começasse a arrefecer...

  • Por isso se alguma vez beber um café contigo,
  • Indirecta, vai ter de ser sem querer;
  • para que possas entorná-lo a ferver sobre
  • o teu preconceito e para que eu te possa
  • ver derreter sem pormenor...
  • Porque tudo é muito óbvio!Repara!

Saturday 24 November 2007

esqueci-me

Esqueci-me do caderno
dos apontamentos hoje,
quando fui passear...
estava a transbordar de
boas ideias, que me fizeram
renascer e esquecê-las no
momento em que foram pegadas....
tantas peças do puzzle perdidas dentro de mim...
...quem se tinha esquecido delas aqui?
Quem foi, logo assim as veio buscar...

...mas e esta peça agora, quem a pega?
humm....o poema?

o saco do lixo

Puxo do bolso da percepção, a chave da
carripana, onde ponho o saco do lixo que
vou a despejar pelo caminho até aqui chegar...
quando aqui chego à lixeira já não
tenho nada senão o saco que possa deixar...
conduzir só a carripana, sem
que seja preciso parar a meio do
caminho para aproveitar e recolher
mais lixo, é uma viagem singularmente boa...
assim vazio, vou bem mais leve...

Que seria feito de mim se não houvesse
caminho até aqui para eu deixar o meu lixo?
ainda bem que isto é bem longe...assim
nada acaba e pode ser que outro conductor, com
uma carripana diferente
possa ir deixando por aí
os seus pensamentos e os deixe cair em cima destes...

Sinto-me um motor quando vejo
que a viagem para a lixeira é mais
divertida do que a de volta;
volto, mas sem voltar...
Só o lixo me traz a viajar!
Ele é o unico que me leva nesta carripana...
...nunca o vou chegar a despejar todo...

Quando venho no caminho a
esvaziar o saco, tomo como certo que o
lixo lá fica morto, do lado do passeio;
vindo só eu a saber durante o meu regresso, a pé
que é ele o ladrão que me rouba
a chave, do bolso da percepção, que faz
todo o caminho de volta e me vai enchendo
de novo de si...

...pela manhã fria

Deitado de lado, de olhos
fexados, na minha cama ao
levantar do dia, faço força
com o joelho contra a parede,
tomando-a como sendo o tempo
todo que se tem em conta...
Vivo isto no início do meu sono, já não profundo.

Quero afastar o tempo com o joelho
até que ele fracasse e se parta;
abro os olhos no momento em que
a luz do sol comeca a bater na parede e
paro de empurrar, para observar o tempo (com atenção);
Ceguei por causa dele.

Estou cego e passo a ver o sono
como uma coisa normal;
o que nao é; como não é
normal que haja cansaço
durante o dia....
..mas agora o normal anda perdido,
sem mapa algures, numa das vastas dunas
de explicação que existem nesta cama...
onde eu começo a viajar todos os dias, à noite,
quando ela cai em mim;
parando escassas vezes no vale da duna do quarto, para descansar à sombra...
até que levante o olhar do sono e veja que o tempo está
ao meu lado, a dizer-me para não o empurrar com
o joelho e sem me dizer com o que o hei de empurrar;

De olhos abertos ou fechados
encosto-me, com vontade de ter relações,
à excitante parede, que agora não tem tempo de todo
e luz não tem, além daquela que é sua.

Friday 23 November 2007

Veio ela ao cimo da torre,
para ver o sol lá ao fundo;
estava eu a olhar para ela
e por isso se foi embora;
ficando eu sem saber como
teria sido, se nao tivesse olhado...
...se tivesse olhado também para
o sol... Poderia ela ter ficado mais
tempo aqui no cimo desta torre
sem a sensação de que estava a
ser observada;
teria ela olhado o sol, sem o ver lá
ao fundo; teria ela sentado seu rabo
balofo no cimo da torre; teria-se ela
esquecido que estava no cimo de uma
torre a olhar....

Olhei eu para ela, sem anàlise e não
me esqueci; porque penso que tenho
pensamentos e que posso escrever
exactamente as mesmas palavras
que me vieram num instante específico,
em que a vi a ir-se embora, por não
se ter sentido à vontade para estar com o sol,
que estava lá ao fundo mas que agora já se
meteu pela linha do horizonte adentro

comida

Quero comer as coisas, com atenção,
para alimentar alguém mais tarde...
nesse mais tarde as coisas não sabem
ao mesmo;
Se quiser so sentir o sabor das coisas,
tenho de meter à boca sem querer dizer
como o sabor me agrada; porque o que se
come, comido permanece sem voltar a esta
mesa sem toalha...

Uma vez sentei-me e senti um forte cheiro
a comida do dia anterior,
nem no garfo cheguei a pegar...
olhei, vim ter comigo e vi apenas
um pequeno queque, invisivel, feito de descrição de sabor.

Uma folha

Uma folha no ar,
uma folha a pairar,
não sei que folha é,
nem saberei, porque
a folha que aqui estava
à minha frente, no ar,
agora está em repouso,
encostada ao rijo e não se dirige mais a ninguém para dizer que está..

Thursday 22 November 2007

o narrar poético

Hoje fui a uma creche aqui
ao pé e recitei um poema às
crianças; o poema deu-se assim:

A lua sobe, a lua desce,
a lua sobe, a lua desce,
a lua sobe e fica em cima,
a lua desce e fica em baixo
a lua sobe, a lua desce
a lua sobe, a lua desce,
a lua parou.

Cada criança com um brilho no seu olhar singular,
a bater palmas e a rir sem força...

Um pouco a seguir ao poema reparei
que os monitores estavam com ar de
não-crianças... logo me disseram bem
alto adeus e me apontaram a porta dos fundos...

A creche é no centro da cidade,
na volta para o sitio onde eu ia,
cruzei-me com uma imensidão de seres
que não falaram comigo, estavam de boca
fexada sem sentimento de abertura;
recordo-me de um em especifico com os lábios
roxos e feridos...a força que ele tinha de fazer para
fechar a matraca!...há algo forte a querer sair...
Reparei que tinha a minha aberta, a um certo
instante e logo assim a fexei;
...veio-me do além aquela rápida resolução do
sitio onde me encontrava, incluindo-me;
e bem por isso a mantive enclausurada.
Fez-me lembrar a expressão 'matraca fexada'
como uma imagem boa para esta gente; para o que vejo aqui,
por assim dizer melhor, mantendo a bouca fexada.

Apanhei o autocarro Zero na
paragem dos Problemas que
ainda me fazia sentir a uma boa distância
do sitio ao qual vou;
entrei no autocarro pela fila dos Desiquilibrados
e comprei um bilhete dos Azuis para
me equilibrar, andei um ponto, olhei em volta,
nao tinha onde me sentar...
Fiquei pesadão de pé, agarrado com a mão certa,
ao poste da condenação;
Uma pessoa simples disse a alguém que o
autocarro ia parar numa paragem longinqua de nos,
acabando por parar numa que estava a mais ou menos
sem metros...

Na altura certa, cheguei à minha paragem
e sai num pulo; disse-lhe olá, a ela que não
tem conteudo, que não tinha ninguém a ocupá-la,
à espera de autocarros...

hunnn...que bem me senti.....hunnnn................................

...nem falar saia naquele momento,
naquele momento em que a boca
falava por si...
Andei e sentei-me encostado no
primeiro banco da paragem...
...como que chega um sentimento
de uma vasta energia,
que entra na mão direita, pela palma e
que se começa a espalhar por todo o corpo...

Espalha-se a lava, a lava fria....
que fria ainda derrete melhor do que quente derreteria;

Abro os olhos da repetição, oiço
um autocarro a passar....
ou será o barulho da preversão?....
...estava eu ali....para onde ia...não sei.....

O autocarro esse sim,
vai parar já a seguir,
na proxima paragem que anda.

rompeu-se

No faz-de-conta do
meu deus eu me encontro...
eu nao queria e tentei,
mas a meia rompeu-se e
já derramou o milho que
não é de ouro, que eu tanto
puxo para mim.

Tento tanto resguardar o
milho que acabo por pressionar;
vou pressionando....a meia
queixa-se de bom sofrimento,
queixa-se a bom valer;
Ninguem ouve a calada meia,
que acaba por se dividir...

Milho ás carradas!
Milho ás carradas!

Pombos negros
vêm a correr apressados
para o comer, com a cabeça
a dar a dar, sem ninguém que
lhes explique que aquilo é milho,
mas que não é de ouro!

Faz de conta, faz de conta
mas continua a papar ,
papa doce com molhinho de
cereja e para quem não gostar:

- Tu não gostas de cerejas?? Toda a gente gosta de cerejas!!...

agora é indiferente, agora que a meia se rompeu...

*

Wednesday 21 November 2007

qualquer coisa

o tempo sentou-se
neste banco castanho,
ja há algum tempo e
deixou aqui este saco das
compras do sainsbury;
sento-me no banco,
como quem nao quer
mostrar que se senta;
com o sol a aquecer-me a furia,
de estar aqui sentado,
onde o tempo ja esteve
e não estar eu em mais
lado nenhum!
...quero estar em muitos sitios
ao mesmo tempo e fazer muitas coisas;
quero comprar muitas bolachinhas
de arrependimento com açucar,
para que me possa arrepender ao mesmo
tempo que sinto o sabor divinal de um
simples biscoito de canela;
para que me possa arrepender
de me ter sentado neste banco
e de ter escrito isto, nesta folha.

comparando

Somos todos como que
formigas aqui,
encontro-me a mim
como uma com asas,
que consegue levantar
voo, mas que não se
sabe equilibrar;
descendo a pique e
acabando por ir parar em
cima das coisas....
fazendo as suas primeiras
tentativas e dando-se conta
do tipo de meio que o ar é....
...espontâneo e tão novo que ainda não se vê!

No ar é preciso não ter
cuidado; é preciso não nos
preparar-mos para contornar
obstáculos, como em
firme land...No ar ouvimos
logo o que os pássaros nos dizem:
- Salta antes de pensar...
antes que a mentha abra a
bouca para divagar:
- Pensa antes de saltar!!

...divirto-me a observar o ar,
agora que não vejo um
pouco de land; que para isso
ja me basta as vezes que me
ando a chafurdar lá em baixo,
nos esgotos...

Lá em baixo faz eco,
nao ouço bem;
lá parece-me estar escuro;
da-me água fria pelos joelhos e
esta constipação cinzenta que
não deixa de me mudar as cores;
cura para isto so lá nas farmácias
de cima há e por isso mesmo, eu vou lá;
vou lá acima comprar remédio
para a gripe e compro também
mais qualquer coisa, para que
me recorde com um fresquinho na garganta
que já la fui acima....quando estiver cá em baixo constipado;
E para que esta poeira que sinto nas
narinas ja se tenha ido embora,
quando estiver a voltar.

A maravilha das maravilhas é que
eles lá em cima nao usam dinheiro,
é tudo de si mesmo, até porque se
usassem, nem sentido fazia eu lá ir...
...pois as moedas que aqui fui encontrando e
metendo na algibeira, agora são coisas que
não moedas; sem que jamais se consiga
descobrir qual o valor que alguém lhe pensou
conceder... sendo agora vez do esgoto lhe conceder algo;
sem nada disponivel, para conceder,
deixando a moeda em si, até ao ultimo pormenor.

So existe um valor que muda...
seja no céu, no solo ou aqui em baixo....
so um muda e so muda para um;
é esse o valor espontâneo da moeda,
que so a formiga perdeu, para que
a comum moeda passasse a parecer ter
um valor específico e para que deixasse
de poder ser so uma coisa que existe...

Lá em cima é tudo de borla,
como nunca deixou de ser,
na terra onde não existem
trabalhadores nem patrões,
que possam mandar em si mesmos, onde
uma moeda é tão bela como o riacho
que desce lá pelo meio da minha terra....
Lá por ela, sossegadinha....
Lá naquele cantinho por usar ainda...

Tuesday 20 November 2007

Levanto-me derrepente,
calço os sapatos ao contrário
e vou a correr ver quem
tocou à porta;
era um pedaço de ilusão que
me contou que ninguem tinha
tocado à porta;
Convidei-o a entrar, a beber um chá
para que nos conhecessemos
um pouco...
Contou-me que morava mais perto
da cidade, dei-lhe um pouco do meu
ponto de vista para a vida e perguntei-lhe
quantas colheres que açúcar usava por
baixo do soutien...
- Cinco, por favor.
- Cinco? - eu
- Sim.

Fiquei a saber seu ofício e minha
audição ja se sentia confortável,
mas o pedaço continuava a tocar...
contou-me que tinha comprado um cão,
à pouco tempo e que o costumava vir passear
num jardim ao pé de minha casa,
descreveu-me o jardim e eu soube
logo qual era; contei-lhe que às vezes
também la ía olhar para os candeeiros.
- Ai, sim?...e nunca nos encontrámos!...
- Pois não....devemos ir em horas diferentes...

Convidei-o a sentir-se mais à vontade
para que deixasse de tocar,
sentindo-se tão pouco à vontade,
acabou por ceder....

Fizemos amor a noite inteira....
Fizemos amor a valer....
...e nas breves horas, ao amanhecer,
reparei que estava sozinho em casa;
Lá permaneci o dia inteiro, sem ouvir
o toque da campainha e sem sequer ter calçado os sapatos.
Ando de calças routas
na rua,
a mostrar o pirilau; passou
um autocarro e as pessoas
no interior, figiram não ter olhado;
Continuo a andar pelo passeio e
passo pela Pasteleria dos Prazeres.

Olho para o céu e sinto algo a
descer...as àrvores...as casas...as janelas daquela!...
...tudo tão certo, tudo tão encaixado em si...
corro, salto, danço com o vento e ele poe a sua musica a tocar em mim

Tanto céu a minha volta e que me
parece, que me estranha,
o céu é um desvaneio agradável
que nem certo de si é, como as àrvores e as casas e o passeio são.
- Épa, tive a bater nas
minhas crianças, para
descarregar os nervos,
agora estou bem mais calma. - 1
- Olha axo que fazes bem. Eu ja não
espanco as minhas crianças há algum
tempo, gosto mais de bater na minha
mulher; tira-me mais os nervos do
trabalho...os meus miúdos ainda são
muito pequenos e dificeis de acertar,
mas tudo cresce.... sendo assim já bati
na minha de dois anos um dia à noite que tinha
chegado chateado a casa e só estava a empregada. -2
- Pois é...tambem tenho de exprimentar
bater na minha Guidinha,
pode ser que lhe acerte com os pés. - 1
- Quem é a tua empregada 2?- eu
- Pá, não te sei explicar assim... - 2
- Esta bem, é que ela ja trabalhou na minha casa.- eu

Em casa

Trriimm....trrri...
- Estou sim? Quem fala? - eu
- É quem tu bem sabes... - L
- Ah!És tu....Então? -eu
- Então o quê? - L
- Como vai a tua vida? - eu
- Vida? A que é que te referes? -L
- Refiro-me ao que não deixaste de fazer, companheiro! -eu
- Companheiro? Tens a certeza de que sabes com quem tas a falar? - L
- Então nao és tu, Sofrimento? -eu
- Claro que não... Quem te fala é a Liberdade lá do norte, que queria saber como estavas. Pensei que me tinhas reconhecido.Tenho voz de homem? - L
- Pois então foi isso...é que não consigo ouvir muito bem a tua voz. - eu
Tun, tun, tun, tun....

vírus

Estou com o vìrus da sida,
sinto-me a morrer a todo
o instante que passa um corpo,
encontro uma carcaça humana
a degradar, que me conta algo
sobre um ser como eu, que
se apoderou dela;
Chego a porta da rua que
nunca me lembrei como ninguem,
nao encontro as chaves, ai, ai
minha mae!
Estas ai mae?
Dá para ouvir-te trincar na chixa?
Se nao dá, para de trincar
Estou com o vírus da sida e estou
a morrer muito rapido, sinto-me
a cair aos poucos e poucos;
e estando eu assim a degradar-me,
o meu corpo vai ser encaixotado
sem ser deixado estar onde comecou a sangrar;
So posso ouvir os que morrem mesmo, por
isso se nao estas ai, mae entao colabora para
o silencio da muerte; que eu sinto correr nas
minhas veias, que vou guardando em
frasquinhos, para que vampiros da vida possam
dar um trago e passem a morrer...

Eles que se alimentam de substancias especificas existentes na composição do nosso corpo.

Thursday 15 November 2007


o Momento

Ao pensar no que me
pode sair asseguir,
perco o momento das
minhas maos;
boneco tao engraçado,
que tanto me faz rir.
Rir de liberdade,
rir de sentimento é o
que me faz o momento.

Por assim ser....nada mais ( nem mesmo um ponto final)

"Lá"

Alto lá nas montanhas,
verdes de vida, nunca me
vi, acredita, nunca me vi a mim.
Uma vez vi algo a saltar e a rir-se lá;
mas nem soube, nem cheguei
a finalizar a minha observaçao.
Vi algo a ser lá no alto da montanha,
mas muito desfocada foi a minha visao da cena;

Montanha que eu chego a sentir por ser verde de
vida e me fazer dar gargalhadas deixando todo
e qualquer ser sentir. E nao esquecer! Ser
é ser, nao é preciso viver.
E chego a dizer, que um ser tem de nao ser para poder ser ele mesmo.
saudade que se esquece
saudade que por sentirmos
tao intensamente na altura,
se finaliza por ai.
No momento em que me
sao intrinsecos os sentidos,
que pensamentos nem perco,
por nao chegarem a chegar.

Distância

Existe apenas um ser neste planeta que tem uma percepçao de distância, a distância é uma grande ilusao criada e desenvolvida pela mente humana.
No passado, chegou um momento em que um ser começou a desenvolver sons para definir o mundo fisico a sua volta. Nao sei dizer que ser exactamente foi esse, nem sequer ter uma ideia, porque nunca tive na sua presença, so sei que tera sido um ser bem diferente do humano, pois a natureza nao sai do seu atento processo.
Apartir dos sons basicos, primeiramente emitidos, que começariam por ser as definiçoes de algo em concreto, foram trabalhados e reproduzidos sons mais complexos.

Dando nome a tudo em especifico esta-se simplesmente a afastar as coisas umas das outras, pelo menos na minha percepcao, passa a ser assim. Estando as coisas afastadas, mais tarde acabam por se amontoar, por haver tantas e tantas coisas diferentes a entrar. Acabam por se entrelaçar umas nas outras, vindo a originar os pensamentos.
Ao termos um nome distinto para cada coisa na nossa percepcao, sentindo a definicao desses mesmos nomes, a serem jogados dentro de nos, passamos instantaneamente a acreditar neles, a vivê -los.
A saudade e um producto da nossa percepçao de distância e é devido a isso que sentimos um maior impacto na altura da deslocaçao, quando nos afastamos de alguém ou de algum lugar que o nosso ser sentiu. E é na altura em que nos afastamos fisicamente que somos levados a acreditar que tambem nos estamos a afastar em sentimento.
Passado esse primeiro impacto, somos levados novamente a essa sensaçao quando vemos uma fotografia ou quando vemos algo em especifico que nos faca recordar o mesmo. Novamente , neste caso entra a nossa percepcao acerca do significado secundario das palavras,
se assim nao fosse iriamos ver ou sentir isso como algo novo, algo que so acontecesse nesse momento, destinto de todos os outros, porque na realidade isso é so isso, passando nos ao lado do real mais uma vez.
Isto é a minha forma de descrever a minha observaçao da minha percepçao de distância, ao tentar esvoaçar para a realidade.
Real tambem é o sentimento de saudade! Tao quente e fugitivo que ele é. Eu incentivo-te!
Sente-o até ao seu verdadeiro fim, sente-o totalmente, para que esse sentimento seja para ti tudo do universo inteiro, que nada dele te reste conhecer nesse momento.
Sem querer ou por ser, voltamos á realidade nesse momento...lá permanecemos nos até que o amanha chegue para nos puxar.

+

Ouvi dizer que lá no
estrangeiro, eles são
diferentes e tal.
Nunca vi nada disso,
nem foi dos tais fulanos
estrangeiros que eu
ouvi isso...
acho que foi alguém das
fronteiras, mas nao tenho
bem definido quem; não
percebo quem e isso faz-me
comichão na agua, na grande
e unida agua,
na qual ninguem se lembrou
de coçar/mandar. AHAH que coiso!....
Eles la na água nao disfrutam de
uma vida estável;
em solo firme esses alguéns
das fronteiras saboreiam melhor
o sabor do peixe morto e falam
mais pausadamente sobre o que
axaram do almoco.

~

Dou risos de morte,
meu filho eu dou-os;
dou-os sem querer,
mas dou-os e nao vou
ao ceu, nem a lua....
venho aqui!
conseques ver-me?
Estas todo aqui?
consegues perceber o
que digo sem sentires a
garganta arranhada?

Ves?....fui parando de rir
a medida que comecei a escrever.

Tuesday 13 November 2007

ele quer muito falar contigo

.


hey brother, can you hear me?
hey sister, can you hear me?

Monday 12 November 2007

o "dar" e o "receber"

Era eu ainda uma
virgem crianca, ainda por estriar,
quando alguem velho e estagnado
me disse um segredo ao ouvido:
"meu filho, neste mundo ninguem da nada a ninguem".
triste e desencaixada era a minha
paisagem, logo ao entrar pelo portao da vida...
desfocada e ao mesmo tempo
atenta, era a minha paisagem.

hoje acordo e chego a pensar que
aquele alguem sujo de tempo,
me disse aquilo em segredo por ser uma mentira malvada,
para que ninguem ouvisse; sem ser eu, que podia ouvir,
sem interferir....ou talvez nem
sequer esse alguem tivesse uma pequena
ideia de que aquilo era uma mentira tremenda,
provavelmente tambem a ele ou a ela,
lhe tinham armado a tenda.

hoje acordo e vejo que toda e qualquer
pessoa da algo a alguem sem nunca
tirar;
nem que alguem dê o sentimento
de ausência de algo a outro alguem;
mas tirar nunca....quanto mais tentamos
tirar, mais damos, sem reparar.

Eu por mim, so te desejo sentimento
para toda a tua jornada.
seja a tua jornada por onde for, eu so te desejo
sentimento, porque sem sentimento nao ha jornada;
seja a tua jornada por um caminho de terra,
seja ela pelo ar, seja ela por baixo de agua
sem que possas chorar; chora pelo sofrimento
que a maré te da de borla!Chora!!
que passes a existir como um oceano de lagrimas
sem guardanapos para secar, sem barco a remos para esforçar;
Sem guardanapos para sujar o limpo.
Eu desejo te sentimento, para continuar.

Sunday 11 November 2007

e embora se vai a senhora inspectora quando percebe que de nos nao arranca nada, acabando por descobrir que nao sabemos nada acerca "do caso"


.

Sai e trulpica
asticunoçuti ultrapassa
e diz que são;
vai e foi; saem sem falar
mas tambem sim ou não.
saltiti e massas sem
por onde vão.

Percebem o que quero dizer?
pois, eu tambem nao;
é aquilo que a "minha" mente me diz,
num momento em vão.

Tuesday 6 November 2007

saltam sapos de vanguarda,
ja la longe vao;
a cantar e aos pulos,
existem por si.
ja os vi ate na televisao e
essas coisas para os
que nao sao criancas......
mas mesmo a serem gravados,
os sapos continuam certos, sem tremer,
no seu desvaneio incrivel.

pre cioso

meus olhos sao
minhas presiosidades,
mas deles eu nao
precioso sou;
é sua preciosidade a
bela da realidade,
que a todos nos fascina
quando la estamos.

a senhora inspectora esta desconfiada e anda a procura das provas