Wednesday 25 November 2009

Há que se ser paciente com nós mesmos!...
Às vezes parece que a corrente da nossa mente
Vai furiosamente, sem parar, desaguar na foz da confusão,
Por muito que nós a tentemos travar e dizer para nós mesmos que "não"...e acho que isso só vai dar mais força ao pensamento negativo quando ele voltar, por isso acho que a melhor maneira é pensarmos na maneira mais directa de resolver o primeiro problema que nos vem à cabeça e não descansar enquanto não o resolvemos...depois disso a cabeça vai pesar bem menos - uma lufada de ar fresco.
Se o problema estiver relacionado com alguém em esecial é falar! Somos todos pessoas...cada uma com os seus sonhos, as suas obrigações, os seus esforços, as suas distracções mas ao fim ao cabo somos todos muito parecidos...e não há nada que uma conversa sincera não resolva.
Deixo aqui um pensamento de um escritor que eu gosto muito:
"...,se tivéssemos alguém a prender-nos os braços e a tapar-nos a bouca, a nossa vontade de liberdade seria multiplicada pela intensidade da nossa dor. Com o corpo liberto, muitas vezes começamos a montar uma cerca à nossa volta e acabamos a falar sozinhos, sem nos ocorrer que podemos ter vizinhos que também estão sozinhos, algures no descampado desta vida." - Mark Barwell
Com raios de luz translúcida, chuvinha prateada
E eu no conforto do lar, observo um grupo vasto de pessoas,
Lá em baixo na baía, suavemente a dançar;
Ao observá-las pela janela,
Sinto uma certa nostalgia no ar.
Começam a surgir lembranças embaciadas
Nas janelas da minha memória;
Uma roda gigante cheia de pessoas
Em que cada uma delas conta uma parte
Da minha história.
Encosto-me para trás,
Na cadeira onde estou sentado.
Podia ir despachar as coisas mas
Não estou preocupado;
Fecho os olhos lentamente e
Usando a respiração como toalhete
Limpo-me com cuidado.
Sem obsessões - Levemente focado.

Abrindo os olhos,
Olho à minha volta e
Tudo ali parece mais presente...
E ao notar que, entretanto,
Alguém tinha entrado
A minha cabeça move-se livremente
Em direcção à pessoa antes que os olhos
Pensem sequer em olhar de lado.

E quando as janelas embaciarem de novo,
Vou desembaciá-las com a manga da camisola - de novo...
Ou até mesmo escrever um poema com o dedo.
Adoro fazer isto!

Tuesday 24 November 2009

O Desenrolar do Cordel

...De esguelha, começo a petiscar uns pistachos enquanto, através da janela vejo uma mulher farta, anafada a empurrar a filhinha para a estrada. Dificilmente teria aquilo acontecido se os carros estivessem a passar. Cá dentro desligo a televisão e vou até ao quarto do lado, ver o que eles andam a fazer. Estava a ouvir vozes mas acabei por não encontrar ninguém. O telefone começa a tocar derrepente dando-me um aperto no coração. Desço as escadas num ápice, chego o pé do telefone e dou-lhe um safanão...

O fim nunca chegará. - pode chegar sim, o fim do ser humano como nós o conhecemos hoje...mas nada se perde, tudo se transforma - os átomos que o constituem vão andar por aí para sempre tal como a energia que dele emana. O fim não vai chegar: está pois na altura certa de nos aconchegar-mos. Nada há a perder.