Friday, 30 November 2007

Estava eu a comprar um jornal, na
tabacaria e chega uma notícia até mim...

Vem pela perifería, a pairar,
aterrar na minha percepção.

-Quanto é o jornal, compincha?

-Pode ser meia revolução...

Tomei o jornal como meu agora...
apoderei-me das noticias nele e
esqueci-me de o ler;
estava de volta à tabacaria,
para entregar o jornal vulgar,
que por não ter mais notícia para
mim, me noticiou de novo.

Fui fazer compras desnecessárias, ao
supermercado Ali e fiquei nas lonas; comprei
tudo o que me custava alguma coisa...
Bebi lá um chá mexido
com uma colher furiosa,
que me entrou virado
no estômago...
...dou um vómito encarnado, de prazer
na praça principal e fujo a correr...


...chego a bandas desconhecidas, onde
velhotas debruçam seu vazio às janelas,
ninguem passa na rua e as viagens são amarelas.


Viagei, viagei mas não encontrei ninguém...
Não encontrei nem pessoas da minha banda, com
feições diferentes e roupas não iguais; só
o ar lá estava e mesmo esse estava por vestir...
Viagem longa frita-me a carapaça ríja e
nada ma proteje porque digo para continuar
a andar; nestas viagens amarelas,
onde velhotas caem das janelas,
de tanto se ...

....


De que cor tem sido a viagem até à
tabacaria, que é uma viagem que não me frita?
Talvez seja da cor da notícia, que recebo
quando estou de visita; a abrir a
porta trancada da minha toca; à
qual ninguém vem tocar, por eu não
ser útil em nada mais, que não seja ser só eu...



As Viagens Amarelas