Tuesday, 20 November 2007

Levanto-me derrepente,
calço os sapatos ao contrário
e vou a correr ver quem
tocou à porta;
era um pedaço de ilusão que
me contou que ninguem tinha
tocado à porta;
Convidei-o a entrar, a beber um chá
para que nos conhecessemos
um pouco...
Contou-me que morava mais perto
da cidade, dei-lhe um pouco do meu
ponto de vista para a vida e perguntei-lhe
quantas colheres que açúcar usava por
baixo do soutien...
- Cinco, por favor.
- Cinco? - eu
- Sim.

Fiquei a saber seu ofício e minha
audição ja se sentia confortável,
mas o pedaço continuava a tocar...
contou-me que tinha comprado um cão,
à pouco tempo e que o costumava vir passear
num jardim ao pé de minha casa,
descreveu-me o jardim e eu soube
logo qual era; contei-lhe que às vezes
também la ía olhar para os candeeiros.
- Ai, sim?...e nunca nos encontrámos!...
- Pois não....devemos ir em horas diferentes...

Convidei-o a sentir-se mais à vontade
para que deixasse de tocar,
sentindo-se tão pouco à vontade,
acabou por ceder....

Fizemos amor a noite inteira....
Fizemos amor a valer....
...e nas breves horas, ao amanhecer,
reparei que estava sozinho em casa;
Lá permaneci o dia inteiro, sem ouvir
o toque da campainha e sem sequer ter calçado os sapatos.

1 comment:

Rita Martins said...

Hoje disseste para ler este poema, apesar de ter demorado lá o encontrei no meio do teu mar de pensamentos:)

Esse pedaço de ilusão tinha cinco colheres de açúcar no soutien? deduzo que seja uma piada privada mas achei graça.


"...e nas breves horas, ao amanhecer,
reparei que estava sozinho em casa;
Lá permaneci o dia inteiro, sem ouvir
o toque da campainha e sem sequer ter calçado os sapatos." Acho esta parte linda, profunda.

Gosto de ti:)