Monday 6 October 2008

É tudo uma questão de procurar a compreensão

Só vivendo centrados podemos disfrutar da vida em todo o seu explendôr. Quando apoiamos a vida em pontos de vista exteriores a nós -de outra pessoa ou conjunto de pessoas- vivemos o nosso dia-a-dia com um sentimento de insatisfação...sem que muitas vezes consigamos perceber a sua causa, procuramos distraír-nos desse facto com qualquer coisa que nos proporcione prazer imediato. Esse sentimento de insatisfação dá-se devido a consciente ou inconscientemente vivermos com essas ideias exteriores extruturadas em nós, tomamos essas ideias como verdades absolutas!
A maneira mais práctica de nos livrarmos destas ideias inoportunas é começar por tentar perceber as mais superficiais, o que elas significam e o que provocam...quando a compreensão for total elas perdem toda a lógica, que tinham na nossa percepção, e assim desaparecem...estas são aquelas em que continuamos a reparar e com as quais não concordamos totalmente mas que mesmo assim ignoramos o facto de estarmos a colaborar com elas.
À medida que vamos compreendendo as mais superficiais começamos a apercebermo-nos, inevitavelmente de outras mais subtilmente implantadas em nós, mas que não deixam de nos afastar de uma vida mais completa e genuína...elas mantém-nos afastados do nosso centro. Compreendemos então que temos vivido de acordo com preconceitos que não faziamos ideia existirem, com os quais não suportaríamos viver de uma maneira consciente, pois todos eles nos causam dor, causando posteriormente ódio, raiva, inveja, medo, etc..

É importante compreender o ponto de vista de uma pessoa que vai contra o nosso...e isto vai ser bem mais fácil quando tivermos a nossa consciência limpa de confusões: quanto mais centrados estivermos mais espaço existe para a compreensão de tudo à nossa volta. A maior parte das vezes em que algum comportamento ou perspectiva de alguém nos fica a fazer confusão, é devido à falta de paciência para o tentar compreender...sentimo-nos tão cheios de informação, que de uma maneira ou de outra nos é estranha, que não nos sentimos dispostos a entrar mais fundo em algo que não compreendemos à primeira vista...

Cada um de nós é, essencialmente, único...isto é sem dúvida verdade, mas começámos a pôr isso em questão apartir do momento em que alguém nos fez sentir completamente vazios: "Mas tu pensas que és diferente dos outros ou quê??!"...esse alguém foi ou é mais uma vítima de ideias colectivas exteriores...o único caminho é seguir o caminho por nós próprios porque todos nós somos pessoas extremamente sensíveis e temos o potencial para crescer infinitamente...não em crescimento físico ou mental (a mente tem fortes limites), mas sim em relação ao que tem o poder de experienciar totalmente tudo aquilo que esses dois tipos de crescimento possam envolver...refiro-me a crescer em consciência...e conscientemente não tenho dúvidas em que temos o poder de atingir momentos de felicidade eternos sempre que quisermos...o amor transborda e enche aqueles que nos rodeam quando estamos realmente centrados.

3 comments:

Anonymous said...

Muito profundo.....
e verdadeiro...

;D

ja agora a foto ficava muito engraçada se nao tivesse aquele pinguinho!!!!! :P

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Matilde Magro said...

mais uma pérola de sabedoria trazida à superfície pelo nosso borges...

...também se tem que saber distinguir o que é que se tem que compreender e aquilo que não vale a pena. quando se chega a um certo nível de compreensão das coisas ou se pára de pensar ou se dá em maluco a tentar compreender tudo até o que não tem compreensão possível. nenhum dos dois é bom para o ser, há que se encontrar o tal equilíbrio.

o ser centrado, tem que ser equilibrado em todos os aspectos. saber identificar essas angústias como essenciais para a vivência... a lógica mais simples de todas: sem o mal não se poderia dar valor ao bem, e vice-versa. tudo aquilo que sentimos é valido, por mais racionalizações que se façam. e vive-se perfeitamente com tudo (porque também há quem não consiga aguentar ser feliz, ou sentir prazer; assim como quem não consiga viver o bem para não ter que viver o mau) desde que se tenha essa tal compreensão desse equilíbrio, desse centro.

a paz deriva da aceitação dessas condições do ser humano... "aceitar" não significa "limitar", porque não nos devemos acomodar a isso, há que tentar ser sempre um bocadinho superior a nós mesmos, todos os dias.

(porra, estou farta de estar doente, não parei de tossir e espirrar desde que comecei a escrever este comentário... vou-me deitar)

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Anonymous said...

e a compreensão é uma vida